Hoje vi, por um acaso, uma rubrica na Sic, naquilo que posteriormente me dissseram ser o novo progama da Fátima Lopes, e a qual eu gostei muito, sobre uma "criança" deficiente profunda de 35 anos, que vivia em condições sub-humanas (os porcos nas pocilgas, vivem melhor), lá para os lados do Norte profundo do nosso Portugal.
Fiquei literalmente em estado de choque. Não só com o que vi, mas sobretudo com a máquina burocrática, incompetente e insensível que é a nossa Segurança Social!
Tenho pena que aquela reportagem, e a conversa que se seguiu com uma Dra. da Segurança Social de Braga, cujo nome não me lembro e ainda bem, não venha a passar num horário nobre do mesmo canal. Foi uma coisa completamente surreal! Só visto, porque contado ninguém acredita. Dizer, para uma audiência que apesar da hora (almoço) ainda deve ser consideravel, que tinham conhecimento do caso mas que a segurança social não tem capacidade para estar sempre a actualizar os seus dados e por isso não se teriam apercebido da gravidade da situação (!?!), é no minímo bizarro. Graças a Deus que ainda existem pessoas com neurónios e a frontalidade suficiente (refiro-me à Fátima Lopes) para lhe perguntar se demorariam 35 anos a actualizar-se (e sim, leram bem, trinta e cinco anos)...
Não vou estar aqui a transcrever o resto da história, mas a linha foi a mesma até ao fim.
A única coisa boa nisto tudo, é que a história acabou bem. Enfim, dentro dos possíveis, pois o rapaz lá foi encaminhado para um lar especializado (longissimo da família), onde poderá passar o resto dos seus dias com a dignidade que merece.
Quantos rapazes destes têm que vir a luz, quantas "Vanessas", ou "Danieis", ou mesmo bebés de 50 dias têm que acontecer, para que o nosso governo veja (com olhos de ver) que a nossa segurança social entrou em falência laboral (mais cedo do que a outra económica, que se prevê para breve também), e que é preciso tomar medidas urgentes, reestruturar, inovar, inventar se preciso for, para que as coisas comecem a funcionar de uma vez por todas?