quarta-feira, 4 de janeiro de 2006

A Segurança Social do nosso País

Hoje vi, por um acaso, uma rubrica na Sic, naquilo que posteriormente me dissseram ser o novo progama da Fátima Lopes, e a qual eu gostei muito, sobre uma "criança" deficiente profunda de 35 anos, que vivia em condições sub-humanas (os porcos nas pocilgas, vivem melhor), lá para os lados do Norte profundo do nosso Portugal.
Fiquei literalmente em estado de choque. Não só com o que vi, mas sobretudo com a máquina burocrática, incompetente e insensível que é a nossa Segurança Social!
Tenho pena que aquela reportagem, e a conversa que se seguiu com uma Dra. da Segurança Social de Braga, cujo nome não me lembro e ainda bem, não venha a passar num horário nobre do mesmo canal. Foi uma coisa completamente surreal! Só visto, porque contado ninguém acredita. Dizer, para uma audiência que apesar da hora (almoço) ainda deve ser consideravel, que tinham conhecimento do caso mas que a segurança social não tem capacidade para estar sempre a actualizar os seus dados e por isso não se teriam apercebido da gravidade da situação (!?!), é no minímo bizarro. Graças a Deus que ainda existem pessoas com neurónios e a frontalidade suficiente (refiro-me à Fátima Lopes) para lhe perguntar se demorariam 35 anos a actualizar-se (e sim, leram bem, trinta e cinco anos)...
Não vou estar aqui a transcrever o resto da história, mas a linha foi a mesma até ao fim.
A única coisa boa nisto tudo, é que a história acabou bem. Enfim, dentro dos possíveis, pois o rapaz lá foi encaminhado para um lar especializado (longissimo da família), onde poderá passar o resto dos seus dias com a dignidade que merece.
Quantos rapazes destes têm que vir a luz, quantas "Vanessas", ou "Danieis", ou mesmo bebés de 50 dias têm que acontecer, para que o nosso governo veja (com olhos de ver) que a nossa segurança social entrou em falência laboral (mais cedo do que a outra económica, que se prevê para breve também), e que é preciso tomar medidas urgentes, reestruturar, inovar, inventar se preciso for, para que as coisas comecem a funcionar de uma vez por todas?

3 comentários:

Alter Ego Vitae disse...

35 anos, de facto, é mais do que tempo para se poderem organizar... Eu penso que, o problema está nos próprios funcionários publicos(com excepções, claro...). Eles simplesmente têm emprego mas não querem trabalho. E se o sistema se encontra como há 35 anos atrás, pergunto: O que é que estiveram a fazer neste tempo todo? (Talvez a jogar solitário; fazer telefonemas internet, convívio, mostrar as ropupas que compraram, tomar cafés, adquirir um materialzito à conta do estado e claro: trabalhar para a reforma).

Anónimo disse...

É caso para dizer que isto é tudo menos uma Sociedade Contemporânea.
Carros e telemóveis topo de gama. Casas na praia, de preferência nas dunas e férias de luxo. Os outros, o povo...que espere! - Típico de país de 3.ºMundo.
Os Srs Doutores são sempre reis e senhores, mesmo que não sejam médicos de coisa nenhuma, nem tenham curso nenhum...ah sim, têm o curso da vida, sangue azul e amigos muito influentes.

Enfim...! Se puderes lê "O Desenhador" de Fátima Pombo.

Estrelinha

Maria Antonieta disse...

Obrigado Estrelinha. Vou ler concerteza, embora não conheça, vou procurar.